Carmen Cygni

When the blackbird sings, it’s beautifully painful. The chant itself is loud, clear and melodic. It’s also heavy. Charged with a handful of the darkness the blackbird carries within it. The darkness is in everything the blackbird touches and everywhere it goes. Its eyes have rightfully adjusted to the dark – and so has its […]

When the Black Bird Sang

I saw the bird through my window, staring at me beyond the glass filled with drops of the pouring rain. I could see it in its eyes, it did not belong in this world or no other that I had knowledge of. I could see it in its deep dark eyes the reflection of my […]

O Canto da Graúna

Eu avistei o pássaro pela minha janela, olhando para mim através do vidro salpicado pelas gotas da chuva torrencial. Eu podia ver em seus olhos que ele não pertencia a este mundo ou a nenhum outro que eu tivesse conhecimento. Eu podia ver em seus profundos olhos escuros o reflexo da minha própria alma, perturbada […]

Posso Brincar Com A Loucura?

Umedeceu os lábios com a língua e depositou um cálido beijo que provocou arrepios no corpo quente de sua vítima. Os olhos verdes tremeram ameaçando se abrirem e os lábios rubros soltaram um baixo suspiro. Os instintos de monstro não mais puderam ser contidos, e só o que sentiu em seguida foi o gosto adocicado […]

Agridoce

Andava pelas ruas escuras tranquilamente, assoviando uma melodia. A ausência de vida, a umidade, a escuridão, ou mesmo o odor fétido do lugar não o incomodavam. Seus sapatos eram quase silenciosos ao pisar bruscamente nas poças d’água formadas pela chuva que caía fraca sobre seus cabelos. Podia sentir o cheiro dos humanos que por ali […]

Ela

“Quando eu sinto, eu sinto nos meus ossos. Você já quebrou algum osso? Eu quebrei meu braço direito uma vez. Lembro-me de ouvir pessoas falando o quão insuportável era a dor de quebrar um osso. Mas eu não achei tão insuportável assim, uma vez que percebi que sempre senti no peito a dor de ossos […]

Abraço

Ela sempre estava lá, à espreita. Nas manhãs mais ensolaradas e infestadas com o espírito radiante daqueles que os olhos do mundo julgam com graça ou na escuridão das madrugadas chuvosas que repelem as almas coloridas  – ela estava sempre lá. Eu a via, na rua, em cada esquina. Em meus sonhos, eu a via. […]